Após algum tempo de ausência regresso com algo que me inquieta profundamente.
É sabido que o maior medo da maioria das pessoas é a morte e a solidão, mas a verdade é que da primeira nenhum dos mortais se livra e a última, infelizmente, cada vez acontece mais. É claro que me incluo nesta grande maioria, mas não fico imune ao que acontece ao meu redor, até porque um dia poderei ser eu mais uma vítima.
A passada semana em mais um contacto com um cliente, fiquei abismada como a solidão, sequência da perda de alguém importante para nós nos pode mudar completamente. O cliente era um senhor já com uma acerta idade (78 anos revelados ao longo da conversa) com uma facilidade de estabelecer contacto extraordinário. Não posso negar que fiquei de certa forma ligada àquele senhor e a conversa de 20 minutos (em que talvez só 5 minutos foram de cariz profissional) tinha todos os motivos para durar algumas horas.
Não sei se já vos aconteceu falarem ou ouvirem alguém e simplesmente ficarem enternecidos e admirados com tudo o que vos podem ensinar. Com este senhor tive essa sensação. Deu vontade de, tal como um cenário familiar, pegar numa almofada sentar-me no chão a e ouvi-lo horas a fio.
Estava aflita porque estava ali a gastar o tempo da empresa com conversas que nada tinham que ver com o objectivo do contacto. Não quis saber…Fui incapaz de despachar o senhor que desde logo se desculpou por estar a divagar mas “desde que a minha razão de viver desapareceu (vulgo esposa) quando sinto que tenho alguém com quem posso falar e que me saiba ouvir aproveito para desabafar”.
Percebi realmente que estava a falar com alguém, que para além de ter uma cultura e uma experiência de vida muito alargadas, estava só! Sim, tinha família, que me parecia apoiá-lo mas faltava-lhe o seu grande amor, a sua companhia eterna não estava ali. Confesso desde já que me apeteceu fazer algo nada ético. Retirar o numero do senhor Anacleto para lhe ligar…mas não o fiz.
Caramba…serei eu um coração mole? Serei eu muito fraca ou vulnerável? Ou farei algo que compete a toda a gente? Respeitar os outros e se possível dar atenção aqueles que podem ser importantes para nós, mesmo tratando-se de um desconhecido!?
Por mais que me custasse teve de ser…
_ Senhor Anacleto foi um prazer falar com o senhor!
_ Menina Marta, continue assim que terá muita sorte na sua vida. Desejo-lhe tudo de bom e agradeço estes minutos de atenção.
_Senhor Anacleto, tenha o resto de uma boa tarde e agradeço a sua atenção!
É sabido que o maior medo da maioria das pessoas é a morte e a solidão, mas a verdade é que da primeira nenhum dos mortais se livra e a última, infelizmente, cada vez acontece mais. É claro que me incluo nesta grande maioria, mas não fico imune ao que acontece ao meu redor, até porque um dia poderei ser eu mais uma vítima.
A passada semana em mais um contacto com um cliente, fiquei abismada como a solidão, sequência da perda de alguém importante para nós nos pode mudar completamente. O cliente era um senhor já com uma acerta idade (78 anos revelados ao longo da conversa) com uma facilidade de estabelecer contacto extraordinário. Não posso negar que fiquei de certa forma ligada àquele senhor e a conversa de 20 minutos (em que talvez só 5 minutos foram de cariz profissional) tinha todos os motivos para durar algumas horas.
Não sei se já vos aconteceu falarem ou ouvirem alguém e simplesmente ficarem enternecidos e admirados com tudo o que vos podem ensinar. Com este senhor tive essa sensação. Deu vontade de, tal como um cenário familiar, pegar numa almofada sentar-me no chão a e ouvi-lo horas a fio.
Estava aflita porque estava ali a gastar o tempo da empresa com conversas que nada tinham que ver com o objectivo do contacto. Não quis saber…Fui incapaz de despachar o senhor que desde logo se desculpou por estar a divagar mas “desde que a minha razão de viver desapareceu (vulgo esposa) quando sinto que tenho alguém com quem posso falar e que me saiba ouvir aproveito para desabafar”.
Percebi realmente que estava a falar com alguém, que para além de ter uma cultura e uma experiência de vida muito alargadas, estava só! Sim, tinha família, que me parecia apoiá-lo mas faltava-lhe o seu grande amor, a sua companhia eterna não estava ali. Confesso desde já que me apeteceu fazer algo nada ético. Retirar o numero do senhor Anacleto para lhe ligar…mas não o fiz.
Caramba…serei eu um coração mole? Serei eu muito fraca ou vulnerável? Ou farei algo que compete a toda a gente? Respeitar os outros e se possível dar atenção aqueles que podem ser importantes para nós, mesmo tratando-se de um desconhecido!?
Por mais que me custasse teve de ser…
_ Senhor Anacleto foi um prazer falar com o senhor!
_ Menina Marta, continue assim que terá muita sorte na sua vida. Desejo-lhe tudo de bom e agradeço estes minutos de atenção.
_Senhor Anacleto, tenha o resto de uma boa tarde e agradeço a sua atenção!
1 comentário:
Teria o senhor mesmo 78 anos? Cá para mim era mais um a candidatar-se a lista que tu omites ao pessoal..lol..
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