30 julho 2011

Os 13 anos de hoje já não são os mesmos

Podem chamar-me insensível, mas a verdade é que quando me vejo confrontada com noticias como esta não parto logo para a condenação do suposto agressor.
É certo que, neste caso, se trata de uma pessoa com o triplo da idade e que tem noção do que está a fazer. Segundo as notícias, fez-se passar por alguém mais novo, para conseguir abusar de meninas indefesas. Não, não concordo e condeno por completo esta atitude. Mas agora passemos a pensar no que normalmente as pessoas se esquecem.
Uma menina de 13 anos no meio de alguma, e alguns casos muito pouca, ingenuidade e inocência, já tem noção das coisas. Não me venham dizer que é normal uma menina, mesmo que seja para alguém com idade próxima da sua, se dispa sem pudores à frente de uma câmara de um computador.
Chamar violação ao que, alegadamente, se passou neste caso, parece-me exagero quando comparado com noticias, essas sim que me revoltam, de familiares que abusam dentro da sua própria casa de filhas, sobrinhas , em alguns casos com menos de meia dúzia de anos de idade.
Aqui, a menina que se deixou iludir a pontos de se despir para um conhecido, abriu a porta da sua casa e deixou entrar um desconhecidos várias vezes para se deixar violar. Sim. Disse deixar violar. Porque foi ela que abriu a porta.
Não foi assim há tanto tempo que passei pelos meus 13 anos. Já não me considerava ingénua. Já tinha namoricos. Já sabia bem o que era o bem e o mal, mas quando me comparo com as miúdas de agora reparo que era um anjinho.
As meninas que passam dias inteiros na Internet têm toda a informação. Sabem os perigos. Sabem o que devem ou não fazer. Mas preferem correr riscos. Estão na idade. Faz parte do processo, mas depois não se queixem.
Esta menina abriu a porta a um desconhecido. Várias vezes. Ficava sozinha em casa. Tem 13 anos. O agressor tem 42. Parece que há indícios de abusos com outras meninas. Deverá ser condenado. Então mas e estes pais? Que parece que se demitem do papel de pais e deixam uma criança com acesso total ao perigo e ainda devem achar graça às poses ousadas das fotos que publicam nas redes sociais. E esta criança que, abusou da confiança dos pais, e deixou um desconhecido entrar várias vezes na sua casa? Um castigo? Não!??
Vai continuar a haver violadores. Vai continuar a haver monstros que se apoderam de crianças indefesas. Mas também vai continuar a existir pré adolescentes curiosas, com sede de crescer, de desafiar os perigos e os limites e de experimentar tudo o que a vida tem para oferecer...

24 julho 2011

Das amizades

É certo que os amigos são aqueles que escolhemos. Então devo concluir que sou eu que escolho errado, é isso?
Nunca tive muitos amigos. E talvez por isso fui tão selectiva e exigente, menos do que devia, com os que conseguiram esse estatuto.
Dei sempre o que pude. Era a amiga e colega para os trabalhos de grupo, sempre a mais sobrecarregada. Era a amiga para encobrir um namorico. Era a amiga para ficar horas a ouvir os lamentos, os desgostos de amor, a limpar as lágrimas. Era a amiga que ficava a pensar no mal-estar da casa dos amigos. Era a amiga ideal para sair, porque não bebe. Era a amiga ideal para as voltinhas porque era a que tinha carro e estava sempre disponível. Agora, e alguns anos volvidos e muitos pontapés depois, vejo que sou a amiga totó. Que esteve sempre quando era preciso. Que chorou muitas vezes as lágrimas que deviam ser choradas por quem dizia que tinha os problemas. Que vibrou com os sucessos por outros alcançados. Sou a amiga que fez tudo, mas que agora já não é necessária nem lembrada...
Tudo passa. E se as pessoas passaram foi porque, se calhar, não eram assim tão importantes. Tendo mentalizar-me disto. Selecção natural. Desilusão total. Pensava ter poucos mas bons e afinal ... fui eu que escolhi mal!!! Foi isso.