27 fevereiro 2009

Eu ouvi bem?!

O



Primeiro quero referir que publico este post a pedido, não de muitas famílias, mas de alguém que, enfim…consegue fazer com que eu publique estas coisas.
Depois este mesmo post serve para mostrar a falta de conhecimento, falta de vergonha na cara, de profissionalismo, de descrição e, falta de tudo o que possam imaginar e que é exigível a alguém que está a fazer atendimento ao público.
Andava eu entretida escolher umas lapiseiras todas giras e sou interrompida pela conversa demasiado animada e demasiado sonora que as três funcionárias e, pelo que deu a parecer, gerente da loja estavam a ter.
Não sei como a conversa começou, sei que os ânimos ficaram mais animados depois deter ouvido 500 mil vezes a palavra
circuncisão.
Estando eu numa papelaria, não sendo eu a única cliente ali a meia dúzia de passos deles e tendo em conta o tom/volume das suas vozes pensei que estava a ouvir mal e a palavra seria outra. Não, a palavra era mesmo essa.
A dúvida instalou-se quando alguém – o único homem daquele grupinho - confundiu este acto médico com outra coisa qualquer. Eu disse, confundiu? O que queria dizer era que o único homem do grupo não sabia o que era "esta coisa". Não tardou a vir a explicação do mais brejeiro possível.
Não bastava o incómodo de ouvir esta palavra vezes incontáveis, seguida da explicação mais parola possível o comentário seguinte seria “ o meu marido já me dá muito que fazer, mas se me saísse o euromilhões mandava o meu marido fazer uma circuncisão. Depois é que era a festa. E de nove em nove meses lá estava eu na maternidade”
Se para a alma que anda, enganada, a pensar que o cortar da pele traz mais qualidade ou quantidade de actividade, lamento mas esta relação não está, de todo, provada. Aconselho-a a ir-se
informar com alguma urgência, não vá sair-lhe entretanto o euromilhões e mandar o pobre marido,em vão, para o bloco operatório.
Agora falando um pouco mais a sério, confesso que me fez imensa confusão e incomodou-me bastante os breves, mas intensos, minutos que fui testemunha desta conversa. Não pelo tema em si, mas pela forma como era discutido, á la moda do Bolhão – leia-se a alto e bom som e no meio de gargalhadas falsamente pudicas - e pelo facto de revelar tanta parvoíce junta.
Não é por nada, mas acho que já consigo ter a resposta para a dúvida que há uns dias coloquei a uma colega. Pois não conseguia perceber o porquê de uma loja conceituada como aquela parecia estar quase ao abandono. Sem movimento, em vias de encerrar…

Acham que já é mais fácil agora perceber o porquê?!

Porque será que a nossa baixa pombalina está cada vez mais pobre naquele que é chamado o comércio de rua, o comercio com algumas dezenas de anos?!

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