24 julho 2011

Das amizades

É certo que os amigos são aqueles que escolhemos. Então devo concluir que sou eu que escolho errado, é isso?
Nunca tive muitos amigos. E talvez por isso fui tão selectiva e exigente, menos do que devia, com os que conseguiram esse estatuto.
Dei sempre o que pude. Era a amiga e colega para os trabalhos de grupo, sempre a mais sobrecarregada. Era a amiga para encobrir um namorico. Era a amiga para ficar horas a ouvir os lamentos, os desgostos de amor, a limpar as lágrimas. Era a amiga que ficava a pensar no mal-estar da casa dos amigos. Era a amiga ideal para sair, porque não bebe. Era a amiga ideal para as voltinhas porque era a que tinha carro e estava sempre disponível. Agora, e alguns anos volvidos e muitos pontapés depois, vejo que sou a amiga totó. Que esteve sempre quando era preciso. Que chorou muitas vezes as lágrimas que deviam ser choradas por quem dizia que tinha os problemas. Que vibrou com os sucessos por outros alcançados. Sou a amiga que fez tudo, mas que agora já não é necessária nem lembrada...
Tudo passa. E se as pessoas passaram foi porque, se calhar, não eram assim tão importantes. Tendo mentalizar-me disto. Selecção natural. Desilusão total. Pensava ter poucos mas bons e afinal ... fui eu que escolhi mal!!! Foi isso.

1 comentário:

Maria Gaivota disse...

Tu não escolheste mal, tu escolheste seres como és. Eles é que fizeram uma má escolha... agora devias por-te em primeiro lugar da lista :)